Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O que a gente ve e o que a gente acha

Braylon Edwards sentiu a derrota

Novamente peço desculpas pela semana anterior. Como eu expliquei varias vezes, era semana de provas na faculdade e eu nao tive tempo pra postar direito. O Celo ta sem pc e por isso acabamos ficando varios dias sem posts. Hoje eu ia postar mais cedo, mas só consegui chegar em casa agora devido ao trânsito e a um Play Station 3. Agora vamos retomar o ritmo e tentar recuperar tambem o tempo perdido.

Logo quando eu criei o blog, a temporada da NFL ja tinha começado, e eu postei analises sobre cada time da Liga e o que eu esperava pra temporada. Quando eu falei sobre o Jets, apesar de ter dado uma nota alta pro time, eu disse que eu estava muito desconfiado sobre o Jets, que eu tinha minhas duvidas tanto sobre o ataque como a defesa, e que embora nao pudesse ser descartado como um time forte na AFC, eu nao tinha muita fé. Pra alguns amigos eu cheguei afalar que achava que o Jets seria a decepção da temporada ao perder os playoffs.

Quando começou a temporada, parecia que eu estava enganado: O Jets estava ganhando, inclusive uma vitória importante sobre o Patriots na segunda rodada onde forçou Tom Brady ao seu pior jogo na temporada. E eu continuava com um pé atrás. Falava que eu achava que era fogo de palha, que o time nao era consistente, que ia perder folego, etc. Mas la estava o Jets, ganhando, com Ladainian Tomlinson rejuvenescido, Mark Sanchez ganahndo jogos no final da partiad e Santonio Holmes levando fazendo grandes jogadas nos momentos decisivos das partidas, o que ja lhe rendeu um MVP do Super Bowl. A defesa estava forte como de costume e Rex Ryan mostrava cada vez mais que é um ótimo técnico. E eu continuava la, reclamando, falando que ue nao acreditava no Jets.

Eu nao acreditava no Jets, primeiro, porque nao acreditava no Mark Sanchez. Ele tem algum talento, mas pelo que eu vi dele ano passado eu nao acreditava que ele pudesse ser um jogador a fazer a diferença. Ano passado Sanchez teve boas partidas nos playoffs, mas porque ele jogava apenas passes de segurança, bolas curtas, e com as defesas adversarias altamente preocupadas em parar o imparavel jogo terrestre do Jets. Eu vi ele jogar e, embora claramente houvesse espaço pro calouro crescer, eu nao via nele o talento pra ser um QB de elite na Liga. Titular sim, mas não de elite. Eu tambem achava que o jogo terrestre ia sofrer uma perda consideravel com a saida de Alan Faneca e Thomas Jones e que o LT, ainda que pudesse carregar a bola e funcionar em terceiras descidas, nao tinha mais a gasolina no tanque pra ser o monstro que ele era no Chargers. O jogo terrestre tinha sido o pilar do ataque ano passado e graças a ele que Sanchez conseguiu ter espaço pra jogar bem, e Thomas Jones tinha sido o principal jogador do ataque, sem duvida.

Em segundo lugar, eu tinha minhas duvidas quanto a defesa. Alem de Kris Jenkins ter se machucado no começo da temporada, eu tinha duas duvidas com relação a essa defesa. Primeiro, se Darrelle Revis ia conseguir repetir o ano monstruoso que teve em 2009. A defesa aérea do Jets era totalmente baseada no fato de que Revis era capaz de segurar o melhor Wide Receiver do adversário no 1x1, e em torno disso voce estruturava a defesa por zona. Revis foi perfeito nisso ano passado, um dos melhores anos pra um CB que eu vi na vida. E eu achava que ele nao ia ser capaz de reproduzir com tanta excelencia isso. Nao entendam errado, o Revis é um cornerback absurdo, ainda acho ele um dos melhores (senao o melhor) da NFL, só digo que o nivel que ele jogou ano passado foi tao alto que ia ser dificil ele repetir. Alem disso, Kerry Rhodes, ótimo safety, saiu do time pra ir pro Cardinals. Esses dois foram os pilares da secundaria do time e, sem Rhodes e com Revis não tão bom quanto ano passado (ainda excelente), eu queria ver como esse time ia se segurar.

Mas o Jets ia ganhando e algo me chamou a atenção. Eu falo que existem alguns QBs bipolares na NFL (Alex Smith, Brett Favre), capazes de alternar momentos mediocres e geniais varias vezes dentro de um mesmo jogo. O Mark Sanchez estava entrando nessa caracteristica. TEve jogos excelentes, jogos com 3 TDs, levou o time a vencer dois jogos seguidos na prorrogação com atuações sólidas. Mas tambem tinha jogos patéticos, com varias interceptações, poucas conversões de terceira descida e jogando com insegurança. Ele tinha, até ontem, quatro jogos com mais de 100 de rating e quatro com menos de 60. Mas nesses jogos fracos de Sanchez que o jogo terrestre do Jets explodia. LT calou a boca de muita gente que acreditava que ele tava acabado pra NFL e ta tendo uma temporada excepcional. Claro que nao é o mesmo LT que foi MVP do Chargers, o corpo dele nao aguenta, mas se ele conseguir ser esse jogador por 10, 15 jogadas em uma partida, ja está excelente! Ajudado por uma linha ofensiva muito forte no jogo terrestre, LT liderou o Jets a várias vitórias e chegou até a se pensar numa possivel arrancada pra MVP do RB. Mas o desgaste começou a fazer LT cair de produção um pouco e Shonne Greene, que era pra ser o titular mas acabou indo pro banco frente à dominação de LT, começou a ver mais toques na bola, nao só porque ele tambem é bom mas tambem como forma a poupar o Tomlinson. E quando o jogo terrestre não funcionava, o Sanchez e o Holmes principalmente tinham que salvar pelo ar, e assim o Jets seguiu ganhando.

O que eu pensava acerca do time era que o time era inconsistente, devido à incapacidade do Sanchez e do jogo terrestre de jogarem tao bem sempre, um tinha que socorrer os problemas do outro, e que as vitórias eram mais por acaso e sorte do que necessariamente porque o Jets tinha um time pra ser campeão. Mas o que a gente via era o Jets vencendo, o Jets que liderava a AFC, o Jets que era apontado como favorito ao título da conferência por muitos. Por mais que eu pensasse que o Jets era um time instavel e com diversas falhas, o Jets continuava ganhando e cada vez mais o hype em cima do time aumentava. Eu comecei a ser levado a pensar que o que eu via como inconsistencia na verdade era exatamente o oposto: Como o jogo terrestre e o aéreo eram capazes de se complementar, de funcionarem bem juntos, de ter um ataque terrestre tao forte e um ataque aéreo eficiente que, quando um nao está bem, o time usa o outro pra vencer, ancorados pelo ponto forte que era a defesa. Comecei a acreditar nisso e até prometi no blog um post sobre o Jets pra tratarr desse assunto.

No entanto, eu preferi esperar até o fim do Monday Night, por dois simples motivos que me fizeram parar de ser forçado a pensar coisas e me fizeram voltar a abraçar o que eu acreditava, ou pelo menos esperar mais uma prova do contrário. O primeiro é que o Jets, que tinha record 9-2, tinha jogado apenas contra tres times com mais de .500. Patriots, Ravens e Packers, ganhando apenas o primeiro. Todas as outras oito vitórias tinham sido contra times abaixo dessa linha. Ou seja, o estilo bumba-meu-boi do Jets tinha funcionado muito bem pra derrotar equipes fracas, mas pra voce ser levado a sério nos playoffs, voce tem que ganhar dos times fortes, e o Jets não vinha fazendo isso. No entanto, 1-2 não era uma amostra grande o suficiente pra ser levada em consideração e por isso preferi esperar pra ver como o Jets se portava em mais um jogo contra um time forte. Segundo porque eu acreditava que o Jets ia sofrer na defesa. O PAtriots tem o melhor ataque da Liga, Tom Brady é o MVP da temporada até aqui e a media de pontos da equipe era de mais de 30 pontos por jogo. A defesa do Jets era boa, mas como eu tinha repetido como um mantra desde o começo da temporada, Rhodes e Revis iam fazer uma diferença nessa defesa que eu imaginava que tendiam pra baixo. A defesa do Jets, melhor da NFL em jardas totais e aéreas ano passado, agora é apenas a 8ª em jardas totais e amarga a 14ª posição no que diz respeito a jardas aéreas cedidas. E Brady nao ia deixar barato, sendo ultra competitivo como é, aquela derrota no começo da temporada. Eu achava que era muito provavel que o Patriots conseguisse colocar pontos no placar e eu estava curiosissimo pra ver como o ataque do Jets iria reagir ao jogar atrás no placar. Esse jogo seria a prova de fogo pra ver se o que eu pensava era o que eu deveria pensar, ou se o que eu via que era o certo.

E enfim, eu vi o que eu queria ver e, na verdade, esperava ver desde o começo da temporada. O ataque não conseguiu produzir atrás no placar, a defesa aérea foi vulneravel, e os problemas do Jets foram expostos como nunca antes. Nao tem nada de errado em perder pra Tom Brady inspirado, seus 21/29 passes, 326 jardas e 4 TDs foram sensacionais, mas a vulnerabilidade da defesa aérea do Jets foi algo que me impressionou. Com todos os creditos que Brady merece, mas a defesa do Jets foi muito abaixo da temporada passada e exatamente oq ue eu esperava ver desde o começo da temporada. Tudo bem que o Jim Leonhard machucou e fez falta, mas a cobertura dos safetys foi falha, Revis não conseguiu ganhar seus duelos no 1 contra 1 e forçou a defesa a cobrí-lo - e com Brady do outro lado isso foi fatal. A pressão no Mark Sanchez por estar atrás no placar foi péssima para ele, jogou muito mal, nao conseguiu completar nada e ainda teve tres interceptações. O jogo terrestre funcionou razoavelmente bem no começo, mas atrás no placar o Sanchez teve que jogar cada vez mais com seu braço e ai tudo desandou pro Jets, e o Patriots aproveitou pra massacrar, se vingar, amassar, trucidar o Jets e ainda mostrar pra todo mundo que o Patriots ainda está vivo e extremamente ativo, muito obrigado.

Um jogo indica muita coisa? Fato que não. Mas tudo que eu esperava ver no Jets desde o começo da temporada eu vi agora, e a ilusão que as varias vitórias do Jets estavam causando sobre mim diminuiu. As vitórias enganam, mas os fatos ainda estão lá - a inconsistencia do ataque, a secundária mais vulnerável que a do ano passado (são mais de 60 jardas por jogo cedidas a mais que ano passado pelo ar) e até aqui uma dificuldade - principalmente em pontuar - contar times mais fortes. Foi assim contra Ravens e Packers, e agora Patriots. A diferneça nesse ultimo caso foi que alem da enorme dificuldade de pontuar, o Jets tambem foi massacrado na defesa, afinal Tom Brady é melhor que Joe Flacco e Aaron Rodgers juntos, apesar de serem dois ótimos QBs. O que o Jets tem feito até agora, ganahr de times mais fracos com base numa defesa ainda boa e com um ataque terrestre e um jogo aéreo que sao capazes de boas partidas, é o segredo pra ir pros playoffs com um bom record - que é o que o Jets tem feito até agora - mas eu continuo achando, como achava no começo da temporada, que as limitações do time vão impedir que o time brigue seriamente pelo título. Depois de Miami, o Jets pega Steelers e Bears. Vão ser as derradeiras provas de fogo do Jets, pra ver se o time pode dar a volta por cima das limitações que eles tem, apesar de nao terem demonstrado tanto até aqui.

Sobre Tom Brady, ele é um gênio e é o melhor Quarterback da NFL nesse momento. Ele quebrou o recorde do Brett Favre pra mais vitórias consecutivas de um QB em casa (Estabelecido no Packers) e agora soma 27 TDs, 4 Ints, 3029 jardas e o rating de Brady na temporada é de 109.5, um numero incrivelmente alto. É meu favorito a MVP e, enquanto ele conseguir jogar nesse nivel e a linha ofensiva conseguir protegê-lo, o Patriots será favorito ao Super Bowl, sempre. Bill Belichik sabe bem disso. E infelizmente pra ele, Rex Ryan tambem sabe que ele é melhor que o Mark Sanchez.

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