Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O que ficar de olho na MLB - Parte II (NL)


O Giants pode não ser favorito ao bi,
mas ainda temos que temer essa barba

Ontem a gente falou sobre os times de maior interesse nesse início de temporada do lado da AL: Os renovados e favoritos Red Sox, o Yankees e a descendente dos seus principais jogadores, o finalista de 2010 Rangers, a aposta do Twins na saúde de seus principais jogadores e no melhor time de 2010 mas que perdeu jogadores importantes, o Rays. Hoje, a gente vai falar dos times interessantes do lado da NL e o que eles esperam pra essa temporada.

1. O San Francisco Giants não é favorito ao bi
O San Francisco Giants de 2010 foi uma das grandes zebras campeãs na MLB em muito tempo, é a minha história de Cinderela (como os americanos chamam esses times desacreditados que vão longe) favorita da MLB que não envolva o Red Sox, e eu sou um fã assumido do time de San Francisco. Mas a verdade é que como eu falei muito ao longo dos playoffs, e principalmente no post do título do Giants (Que é um dos meus posts favoritos no blog e vale a leitura), o Giants não tinha de forma alguma a formação de um time campeão. O time contava com uma rotação titular fantástica, um dos melhores arremessadores da Liga e um dos melhores closers da Liga (Ou pelo menos o com a barba mais legal), mas que as vezes sofria com inconsistência e que tinha problemas graves rebatendo. O lineup era uma mistura de veteranos em decadência, jogadores secundários ao longo de toda a vida e algumas jovens esperanças, mas o time sequer deveria ter ído à pos-temporada, só conseguiu porque a entrada do Buster Posey no time titular impulsionou o time a uma chegada espetacular e contou ainda com uma chegada ruim do seu rival direto, San Diego Padres. Nos playoffs, o Giants mudou completamente, elevou seu jogo de uma forma que eu nunca vi antes, todos os pitchers jogaram demais, Tim Lincecum foi Deus, Cody Ross encarnou o Baby Ruth, o Aubrey Huff mostrou pro Mark Teixeira que é um defensor melhor que ele, veteranos como Juan Uribe e Edgar Renteria de repente reviveram seus dias de glória, e o time jogou uma pós-temporada perfeita pra ser campeão.

O título foi sensacional, mas ele não pode cegar um simples fato: O Giants não parece que vai em busca do bi. O Giants manteve a rotação jovem e talentosa dos playoffs, deve ter uma evolução ainda maior do Jonathan Sanchez e do Madisom Bumgarner, e por isso já é um time que mete medo nos adversários. No entanto, os problemas do time do ano passado ainda estão lá: Os veteranos estão ainda mais veteranos, os jogadores secundários que jogaram monstruosamente nos playoffs são uma incógnita quanto a repetir essas performances, e ninguém tem certeza do que esperar desse time. Um time com uma rotação tão forte sempre é candidato a ir aos playoffs e, se chegando lá o time conseguir reviver aquele espírito de luta monstruoso do ano passado, pode até sonhar com o bi. Mas agora, no começo da temporada, ele parece ser novamente o que era ano passado: Um time bom, mas com muitas falhas que, até que sejam superadas - seja por mudanças no elenco ou por força de vontade sobre-humana, que nem ano passado - parecem impedir que o time possa sonhar mais alto.

2. O Philadelphia Phillies está vindo com tudo, mais uma vez
Eu disse que o Rays era o melhor time da MLB em 2010, e realmente o foi, mas tinha um time que talvez fosse ainda melhor, e era o Phiilies. A famosa rotação H20 (Cole Hammels, Roy Halladay e Roy Oswalt) era uma das mais fortes da MLB, o ataque do time era infernal e era um time completo, cheio de estrelas e jogadores capazes de alterar um jogo. O time chegou muito bem à pós temporada e varreu com uma facilidade assustadora o Cincinnati Reds, e só não foi campeão (Ou alguém realmente acha que o Rangers tinha chances numa eventual final?) porque foi vencido numa série espetacular pelo fenômeno que foi o Giants desses playoffs, com o Cody Ross isolando toda bola que via pela frente e com uma atuação histórica do Brian Wilson.

Mas o Phillies está de volta esse ano, e pronto pra mais. Eles trouxeram ninguém menos que Cliff Lee, um dos melhores arremessadores de pós temporada de todos os tempos (As suas únicas derrotas em pós temporadas foram para Lincecum na World Series, mas depois do que ele fez com Rays e Yankees, os Rangers ainda deviam fazer uma estátua dele) pra se juntar ao seu já espetacular trio de arremessadores, e eu não estou exagerando quando digo que essa talvez seja a melhor rotação titular da história do baseball. E com essa rotação, qualquer time é um candidato forte.

O problema do Phillies é o seu ataque, e principalmente lidar com as lesões nele. O time perdeu Jayson Werth na free agency para o Washington Nationals, um dos seus principais rebatedores e o melhor destro de um elenco de canhotos, e agora ainda vai ter que lidar com a lesão no joelho do Chase Utley e no cotovelo (já cirurgicamente reconstruído) do Placido Polanco. As duas causam preocupação e vão forçar os jogadores a ficarem de fora do time por algum tempo, além de serem lesões que preocupam pelo risco de re-incidencia. Além disso, o calouro promissor e favorito pra substituir Werth, Domonic Brown, quebrou a mão e também vai passar um tempo de molho. Isso não só faz com que o time fique absurdamente desfalcado no ataque como também preocupa a médio prazo, principalmente com a aspiração ao título da MLB.

Com a nova rotação titular e se esses jogadores conseguirem se recuperar ao longo da temporada, é difícil duvidar do Phillies, mas não vai ser fácil superar todos esses problemas. Muitos especialistas dizem que essas lesões e incertezas (até o closer Brad Lidge se machucou! Estamos falando do Phillies ou do Clippers?), é a chance do Atlanta Braves pra tomar o título da divisão pra si. E o Braves é um time bem interessante, especialmente se o Jason Heyward continuar jogando o que jogou ano passado.

3. Um minuto de silêncio pelo Cardinals
Num post de curtinhas recente, eu falei (Na verdade quem falou foi o Paulo Antunes, eu só comentei mesmo) sobre a lesão do Adam Wainwright, pitcher do Saint Louis Cardinals, que vai fazer a temida Tommy John Surgery e vai perder o resto da temporada. Isso coloca o Cardinals numa situação bem desagradável, porque o Wainwright é de longe o melhor pitcher do time, um dos melhores da MLB e só não ganhou o prêmio Cy Young de melhor arremessador da NL ano passado porque existe um cara por aí conhecido como The Doc. A perda do Wainwright afeta demais a equipe e com certeza vai ficar mais difícil ainda pro time superar o Reds como campeão da divisão, mas os problemas do Cardinals não param por aí.

Albert Pujols, pra mim o melhor rebatedor da MLB na atualidade e que caminha pra aposentar como um dos maiores de todos os tempos, está no último ano do seu contrato e ele e o clube não conseguiram chegar a um acordo para uma extensão bilhonária (125 milhões de patacas), o que quer dizer que é possível que Pujols saia do clube ao final dessa temporada. Perder o pitcher titular pra temporada, e ainda correr o risco de perder seu melhor jogar ao final do ano, não é agradável para ninguém. Agora que tinham trazido o Matt Holliday e parecia que iam desbancar o Reds. Pobre Cardinals...

4. O Reds não assusta ninguém
O Reds, sem o Adam Wainwright no caminho, tem tudo para conseguir mais um título de divisão em cima dos rivais Cardinals. Mas assim como ano passado o Phillies não tomou conhecimento deles nos playoffs, esse ano o Reds não começa assustando ninguém a não ser que algo de novo aconteça por lá ao longo do ano.

O Reds tem um ataque muito forte, o Joey Votto foi o MVP da NL em 2010 e o time é fortíssimo quando o assunto é anotar corridas, tiveram o melhor ataque ano passado e não tem motivos para desacelerar agora. O problema é que o time não tem arremessadores confiáveis. Aliás, o time mal tem bons arremessadores. É uma tendência do time do Reds já faz algum tempo, como se eles fossem o Phoenix Suns da MLB: Divertidíssimos de assistir, capazes de explodir no ataque pra superar os adversários, mas que quando precisam apertar na defesa eles não conseguem e acabam perdendo o jogo. E esse é o futuro do Reds a não ser que de repente eles comecem a jogar bem, com regularidade, e descubram um pitcher capaz de decidir jogos importantes pro time. Porque assim como na NBA, você não pode depender apenas do seu ataque. O Suns, infelizmente, é a prova viva disso.

5. Os candidatos a surpreender: Atlanta Braves e Milwalkee Brewers
O Brewers é uma versão genérica do Reds, mais ou menos o que o Braves era ano passado para o Giants. O ataque do Brewers é sensacional, o Corey Hart é um monstro, e o time possui pelo menos mais três ou quatro titulares que assustam qualquer arremessador. O time anota muitas corridas e não cansa de isolar as bolinhas, mas o time também sofre demais na defesa, a rotação titular do time ano passado era patética e por isso o time não conseguiu ir bem. Esse ano, no entanto, trouxe dois pitchers relativamente desacreditados mas que eu acho que são muito bons, Zach Greinke e Shaun Marcum. Greinke teve um 2009 fantástico, um ERA de menos de 2.20, mas ano passado teve a infelicidade de jogar em um dos piores times da Liga no Kansas City Royals, e aí ficou meio esquecido num cantinho escuro, ganhando só 10 jogos (Pro Royals, isso é muito!) e sem atrair muita atenção de ninguém. O Marcum voltou de lesão ano passado e jogou muito bem pelo Blue Jays mesmo ainda fora de ritmo. Agora os dois fazem parte da rotação titular do Brewers, e eles precisam desesperadamente produzir no alto nível que nós sabemos que eles podem para que o ataque do time tenha suporte pra tentar levar o time longe. Mas eu acho que foram ótimas contratações e que elas tornam o Brewers um time de verdade, que de repente pode surpreender o Reds na divisão.

O Braves era uma versão genérica do Giants, mas isso é um pouco distorcido, porque o Braves era um pouco melhor no ataque e pior na defesa em relação ao Giants. Mas a principal semelhança é porque muitas vezes a gente via o time perder jogos mesmo com os pitchers segurando o adversário a uma ou duas corridas, e as vezes a dificuldade de anotar corridas nos momentos importantes pesava demais pras aspirações do time. Ano passado, quem deu o boost que o time precisou no ataque foi o calouro Jason Heyward, que só não foi calouro do ano por causa do Buster Posey. Heyward jogou bem demais, acertou 18 Home Runs (Ontem, na abertura da MLB, ele conseguiu um já) e levou o time praticamente nas costas até a pós temporada. A rotação titular era fantástica (Mais uma semelhança com o Giants) e por isso o time conseguiu segurar as pontas, até chegar nos playoffs e perder para - adivinhem! - o Giants, numa pequena surra com direito a jogo histórico do Tim Lincecum (14 strikeouts). Esse ano, portanto, o Braves se preocupou em reforçar o ataque e trouxe Dan Uggla. Ele tem nome de homem das cavernas, mas não deixe isso enganar vocês, ele realmente é um homem das cavernas, pelo menos no que diz respeito a isolar bolinhas de baseball com muita força. Ele teve 33 Home Runs no fraco Marlins ano passado e junto com o Heyward é bem capaz do Braves ter um ataque mil vezes melhor que o do ano passado, o que torna a rotação titular do time ainda mais perigosa. Uma boa rotação titular e dois monstros no ataque, não é a toa que tanta gente coloca o Braves tirando o Phillies do topo da divisão depois de tantas lesões. Mas eu, pelo menos, duvido. Mas ainda assim, é um time perigoso, bem perigoso.

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