Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Preview - San Antonio Spurs vs Memphis Grizzlies

Não é o gordinho mais boa pinta da NBA?

E a internet finalmente deu uma trégua então posso vir aqui postar o último preview (aleluia!). Foi mal pela demora, mas realmente não tive escolha, a internet só voltou agora.

Eu falei ontem, quando comentei dos resultados surpreendentes até agora, que eu deveria ter feito esse post antes da partida de domingo pra pagar de profeta, porque eu claramente disse pra dois amigos (Que serão chamados a testemunhar aqui) que o Grizzlies tinha uma chance real de vencer o Spurs e para isso era importante vencer o jogo 1 sem o Manu Ginobili, que por uma lesão no cotovelo não entrou em quadra. Aí quando vemos o jogo, o Manu não jogou, o Grizzlies ganhou e tirou a vantagem de quadra do Spurs. E eu me mordendo por não ter postado isso antes!

Quem acompanha o nosso twitter ou mesmo leu nossos posts que tratavam do time (No caso, esse e esse) sabe que eu sou completamente apaixonado por esse time do Grizzlies, acho um time jovem, talentoso, com uma defesa forte e que sabe jogar tanto na correria como na meia quadra e que tinha uma estrela no Rudy Gay. Ainda não cheguei ao ponto de mandar uma cartinha de amor para o Zach Randolph, mas minha paixão por esse time era tão grande que eu até comentei com o Celo (Meu "parceiro" de blog que só aparece pra reclamar) que se o Rudy Gay estivesse saudável eu apostaria minhas fichas que o Grizzlies ia derrotar o Spurs, o que vocês podem encarar como sendo porque o Grizzlies é muito bom ou porque o Spurs tem algumas falhas que são exatamente as que o Grizzlies pode explorar pra ter a vantagem no confronto, ou simplesmente porque eu sou maluco.

Primeiro de tudo, temos que lembrar que o Spurs dessa temporada não lembra em nada o Spurs que foi campeão tantas vezes nos últimos 12 anos. Aquele Spurs era um time extremamente meticuloso, lento, calculado, que contava com o Tim Duncan pra fazer a festa no garrafão até atrair dobras na marcação para que a bola fosse para o perímetro, tudo isso enquanto o time gastava os 24 segundos, desacelerava até a mãe, tomava um cafezinho, e na defesa só faltava colocarem alguém sentado em cima da cesta, porque de resto tudo que era humanamente possível fazer pra evitar uma cesta era feito. Era um esquema de jogo extremamente meticuloso e calculado (e, de certa forma, chato) e que dava resultados, tanto que o time foi tetracampeão e acabou com muitos times fortíssimos como o Lakers de Shaq e Kobe Bryant, o Suns Run n'Gun do Mike D'Anthony, o igualmente lento e defensivo Pistons do Larry Brown e o Mavericks porra-louca do Don Nelson. Mas o time envelheceu, o esquema do Greg Popovich parou de funcionar e o time de repente lembra muito mais os times de correria que eles mesmos cansaram de eliminar. O Spurs agora é um time que joga na velocidade, usando muitos pirralhos, chutando muitas bolas de três e que tem problemas defensivos, exatamente o oposto da fórmula que fez o time tantas vezes ser campeão.

Isso é ruim? Não. O Greg Popovich foi capaz de reinventar o time quando a fórmula que antes funcionava parou de dar certo, estava claro que o esquema de jogo antigo do Spurs tinha ido por água abaixo quando eles tomaram uma varrida do Suns nos playoffs e essa mudança no padrão de jogo do time fez não só com que o time evitasse uma grande queda no disputado Oeste como fez o time terminar com a segunda melhor campanha da NBA. Agora o Tim Duncan pode sair do modo automático que ele jogou a temporada toda, ganhar os minutos por jogo que ele merece e o time sem dúvida deve se beneficiar disso. O Spurs ainda é um time bom o suficiente, com bons jogadores e um técnico competente, pra assustar nesses playoffs.

Mas do outro lado, tem o Grizzlies. O Grizzlies é um time, a meu ver, muito mais completo do que o Spurs. O que não necessariamente o qualifica como melhor, apenas mais completo. O Grizzlies gosta de jogar na velocidade, é o melhor time na Liga forçando turnovers e na correria o time se beneficia do Mike Conley e do atleticismo do Tony Allen, além de ser quando o OJ Mayo rende mais. Mas por outro lado, é um time com uma defesa muito forte, que como eu já disse força muitos turnovers, e que tem um garrafão muito forte e que sabe render muito bem quando o time precisa desacelerar e jogar na meia quadra. Essa série, desconsiderando os talentos individuais envolvidos, lembra um pouco as séries entre Spurs e Suns/Mavericks, que o Spurs ganhava porque tinha uma defesa muito melhor e muito mais flexibilidade, era um time que sabia jogar na correria em alto nível mas que era capaz de desacelerar e jogar em meia quadra quando necessário, além de contar com um garrafão mais forte e mais capaz de dominar uma série próxima à cesta. E se o Spurs é um time no papel melhor, com jogadores melhores, o Grizzlies é um time mais flexível, com uma defesa melhor e com um garrafão mais forte próximo à cesta.

O Grizzlies rende muito bem quando decide correr, usa muitos roubos de bola pra isso e conta com uma defesa muito forte pra iniciar os contra ataques, mas isso tudo o Spurs também sabe fazer, o que as vezes vai transformar a série num jogo de pega-pega (como, aliás, aconteceu domingo em alguns momentos). Mas o Grizzlies tem a capacidade de desacelerar o jogo e confiar no seu garrafão, o que eu não tenho muita certeza se o Spurs é capaz de fazer.  O Tim Duncan é o melhor ala de força de todos os tempos e com certeza ainda tem lenha pra queimar nos playoffs, mas o garrafão do Grizzlies consegue dominar melhor a área ao redor da cesta, e conta com dois ótimos jogadores de garrafão pra isso, o Zach Randolph, que desde que foi pra Memphis deixou pra trás a fama de gordinho (essa continua) fominha destruidor de times e se estabeleceu como um dos melhores pontuadores no garrafão em toda a Liga, e o Marc Gasol, que se não é tão habilidoso e finesse como seu irmão é maior, mais físico e não tem problema em fazer o trabalho sujo dentro do garrafão, trombando com todo mundo e até mesmo fazendo ótimos passes. E é esse domínio no garrafão e a flexibilidade que o time tem de alterar seu plano de jogo conforme a partida for se desenvolvendo que me faz imaginar que vencer o Spurs seja possível mesmo sem Rudy Gay, ainda que bem difícil se o Ginobili voltar já na próxima partida. O Ginobili trás duas coisas que o Spurs vai precisar, a imprevisibilidade que surge da sua criatividade e dos seus movimentos desengonçados e sua capacidade de pontuar feito um maluco mesmo num ataque de meia quadra e mesmo contra uma defesa que conta com Tony Allen e Shanne Battier, dois dos melhores defensores de perímetro da Liga. E pro Spurs passar pra próxima rodada, o Manu vai ter que fazer tudo isso.

Palpite: Voltando no próximo jogo, o talento do Spurs talvez seja demais para o Grizzlies sem Gay, ainda que com um garrafão maior. Mas como o Grizzlies roubou o primeiro jogo que eu tanto preguei que eles precisavam, essa série vai ser muito mais difícil do que o Spurs imaginava. Ainda assim, aposto em Spurs em sete jogos.

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