Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Análise do Draft da NFL - NFC West

Colin Kaepernick de peixinho!


Era pra ser a última, mas a penúltima vai ser a NFC West, a divisão mais fraca da NFL em 2010. O impacto dessa offseason na divisão só vai poder ser totalmente explicado quando a gente parar pra analisar a Free Agency, principalmente a troca do Cardinals pelo Kevin Kolb e o fato do 49ers ter perdido metade da sua defesa, além das muitas adições do Seahawks. Mas por enquanto, vamos ver como esses times se saíram no Draft.



Arizona Cardinals
Nota: B+
Escolhas:
1st round, 5th pick:  Patrick Peterson, CB, LSU
2nd round, 38th pick: Ryan Williams, RB, Virginia Tech
3rd round, 69th pick: Rob Housler, TE, Florida Atlantic
4th round, 103rd pick: Sam Acho, OLB, Texas
5th round, 136th pick, Anthony Sherman, FB, Connecticut
6th round, 171st pick, Quan Sturdivant, LB, North Carolina
6th round, 184th pick, David Carter, DE, UCLA
7th round, 249th pick, DeMarco Sampson, WR, San Diego State

Análise: O Cardinals foi ao Super Bowl em 2008, perdeu pro eventual campeão Saints nos playoffs de 2009 e foi um dos piores times do mundo em 2010. Essa queda absurda de produção na última temporada se deu pela perda de vários jogadores chaves, como Antrell Rolle e Karlos Dansby, mas principalmente pela aposentadoria do QB idoso Kurt Warner. O Warner foi monstruoso nas suas últimas temporadas, o time se montou bem em torno dele e deu certo, mas quando ele saiu o time recorreu ao Derek Anderson pra voltar a ganhar, mas... Bom, não deu muito certo.

Ou seja, o Cardinals precisava de um QB pra voltar a ganhar. O Blaine Gabbert estava disponivel pro time, e pra mim a quinta escolha do Draft, apesar de um pouco alta, não era um exagero pra pegar o QB do Missouri. Pela falta da Free Agency, o Cardinals não saberia se conseguiria o seu preferido Kevin Kolb ou se teria que se contentar com um plano B, ele só tinha certeza de que não sairia com mãos abanando porque tava disposto a pagar caro por um. Pegar o Gabbert era a escolha lógica, mas o Cardinals jogou essa lógica no lixo, confiou na sua capacidade de pegar alguem quando acabasse o lockout (o Kevin Kolb queria ir pra lá) e pegou o melhor jogador disponível, o Patrick Peterson. O Peterson é um dos melhores jogadores do Draft, um cornerback excelente tanto na cobertura como fazendo jogadas na secundária, muito inteligente e que tem tudo pra ser um dos melhores jogadores da Liga. Eu achei uma boa escolha, o Cardinals sabia que ia conseguir algum QB e tratou de pegar um jogador que de a esse QB a chance de ganhar algumas partidas na defesa, já que ela foi uma peneira ano passado.

Além dele, o time tratou de reforçar o ataque. O time reforçou o inexistente ataque terrestre do ano passado colocando o Ryan Williams, que também é muito bom, muito explosivo, sabe jogar com pouco espaço e vai fazer um belo combo com o Beanie Wells se algum dia na vida ele voltar de lesão. Além disso, é bom recebendo passes, e ele e o Rob Housler vão ser alvos importantes, já que o time não tem nenhum alvo confiável além do Larry Fitzgerald com a provável (e agora oficial) saída do Steve Breaston pela Free Agency. Qualquer coisa que melhore o corpo de recebedores do time já é um avanço. Também tratou de pegar jogadores de defesa que melhoram as áreas carentes (pass rush e o corpo de LBs) que não devem contribuir logo de cara mas tem muito talento e potencial pra evoluirem em algo especial.

No longo prazo, o Cardinals vai olhar pra trás e se arrepender ou não dependendo da produção do Kevin Kolb e do Blaine Gabbert, já que a escolha do Cardinals foi passar o Gabbert e pegar o Peterson. Mas o time adicionou talento e atitude de ambos os lados da bola, conseguiu jogadores explosivos e vai brigar pelo topo da divião, aí é difícil criticar o Draft do Cardinals de uma forma geral. Só o preço do Kevin Kolb que eu não gostei, mas isso comentamos depois.



San Francisco 49ers
Nota: B-
Escolhas:
1st round, 7th pick:  Aldon Smith, DE, Missouri
2nd round, 36th pick: Colin Kaepernick, QB, Nevada
3rd round, 80th pick: Chris Culliver, CB, South Carolina
4th round, 115th pick: Kendall Hunter, RB, Oklahoma State
5th round, 163th pick, Daniel Kilgore, OG, Appalachian State
6th round, 182nd pick, Ronald Johnson, WR, USC
6th round, 190th pick, Colin Jones, DB, TCU
7th round, 211th pick, Bruce Miller, DE, Central Florida
7th round, 239th pick, Michael Person, OT, Montana State
7th round, 250th pick, Curtis Holcomb, CB, Florida A&M
Análise: Técnico novo, vida nova para o 49ers. Depois que contratou o bom Jim Harbaugh pra vaga de Head Coach, a direção deixou bem claro que o Draft seria a primeira oportunidade pro Harbaugh começar seu trabalho, draftando os jogadores que lhe interessassem e servissem ao seu estilo. E o 49ers levou isso ao pé da letra nesse Draft. O técnico Harbaugh é um ótimo técnico desenvolvendo Quarterbacks e que sempre pregou o esforço e o trabalho duro, e por esse Draft deu pra ver que o time priorizou jogadores que tem boa ética de trabalho, levam o jogo a sério e que vão competir até o último segundo. 
Mas o time deu azar, porque seu grande alvo da primeira rodada saiu para o Cardinals duas escolhas antes. Aí o Niners tentou uma das jogadas mais arriscadas da primeira rodada ao pegar o Aldon Smith. Smith tem talento pra ser uma escolha top 5, sem dúvida, mas ainda é um jogador que tem mais potencial do que realização. Ele jogou pouco na NCAA por causa de lesões, talvez tenha que jogar de OLB ao invés de DE nos profissionais e essa transição pode demorar um pouco, mas ele tem muita velocidade e força, é extreamamente explosivo e tem tudo pra se desenvolver em um excelente pass rusher, uma deficiencia do time. O recado é claro: O time está pegando a fundação do seu time, jogadores pra se desenvolverem com calma, e não jogadores prontos.
Isso ficou claro em boa parte do Draft. Principalmente nas últimas rodadas, o time quis pegar jogadores com mais potencial e que podem se desenvolver ao invés de jogadores para carências imediatas. E principalmente na escolha do Colin Kaepernick, QB jovem, com um braço forte e extremamente atlético, que trabalha duro, a cara do técnico Harbaugh. Ele jogou no bizarro esquema Pistol na universidade, vai demorar um ou dois anos até fazer a transição pra NFL e por isso o Niners renovou (sempre soube que ia renovar) com o Alex Smith, que deve ser titular por enquanto. O time também pegou jogadores talentosos como o Chris Culliver, rápido e forte pro diabo mas que joga mais de Safety do que de Cornerback, posição mais carente do time, e também o Kendall Hunter, que é um excelente recebedor, muito rápido e que vai adicionar mais velocidade ao corpo de RBs que conta com os fortes Anthony Dixon e Frank Gore.
No geral, o Niners não saiu muito reforçado pra essa temporada. Pegou muitos jogadores talentosos, que devem se desenvolver em algum tempo e com algum treino, mas todos são jogadores que tem potencial e que estão dispostos a trabalharem pra desenvolvê-lo. O novo técnico começa a colocar sua mentalidade no time, e só vamos saber se deu certo ou não em algum tempo. Não foi um Draft brilhante, mas deu ao time uma boa base pra trabalhar nos próximos e profundidade para essa temporada.



Seattle Seahawks
Nota: C-
Escolhas:
1st round, 25th pick:  James Carpenter, OL, Alabama
3rd round, 75th pick: John Moffitt, OG, Wisconsin
3rd round, 81st pick: Demarcus Van Dyke, DB, Miami
4th round, 101st pick: K.J. Wright, LB, Mississippi State
4th round, 101st pick: Kris Durham, WR, Georgia
5th round, 134th pick,  Richard Sherman, CB, Stanford
5th round, 134th pick, Mark Legree, DB, Appalachian State
6th round, 167th pick, Byron Maxwell, CB, Clemson
7th round, 207th pick, Lazarius Levingston, DE, LSU
7th round, 246th pick, Malcolm Smith, OLB, USC
 
Análise: Eu gosto muito do técnico Pete Carroll, mas eu confesso que não entendi a análise dele pra esse Draft. Sim, o Seattle ganhou a divisão ano passado, e parece que o Seattle draftou achando que era um time com uma boa base, que tava num processo de evolução e tudo mais. O Seattle do ano passado era um time fraco, foi pros playoffs porque o time jogou bem na hora certa e porque nenhum outro time da divisão era forte pra ganhar nove jogos. Mas o time de repente começou a Draftar pra impor o estilo de jogo físico de corridas do técnico Carroll como se tivesse o resto montado.
 
Mas o fato é que o time não está em evolução, pelo contrário, está se desmontando. O time tem que começar a reconstruir, porque ficou pouca gente de valor no time. O time até pegou bons jogadores na Free Agency, mas o Draft foi antes, ninguém poderia saber o que ia conseguir. Você podia fazer uma análise controlada, como o Cardinals fez com o Kolb, mas o Hawks não tinha esse tipo de confiança pra ninguém. A 25ª escolha era a posição perfeita pra pegar um QB como o Ryan Mallett, o Andy Dalton ou até o Colin Kaepernick, era um pouco alto talvez mas não era alto demais e ainda tinha várias opções. Você deixa o seu QB treinando um ou dois anos atrás do Matt Hasselback (Eu sei que ele saiu, mas só saiu porque o Seahawks quis, achou que o Tarvaris Jackson era a solução e... Ah, deixa isso pra lá. Não quero me traumatizar). Mas o time deixou de pegar isso, deixou de pegar um OT puro (O James Carpenter ta mais pra um Guard), ou seja, pegou jogadores complementares pra um time que tem desandado por anos a fio!
 
Em resumo, depois de um ótimo Draft em 2010, o time andou pra trás nesse. Talvez tenha se iludido com a boa campanha, mas foi um fiasco pra esquecer.
 
 
 
Saint Louis Rams
Nota: B-
Escolhas:
1st round, 14th pick:  Robert Quinn, DE, North Carolina
2nd round, 47th pick: Lance Kendricks, TE, Wisconsin
3rd round, 78th pick: Austin Pettis, WR, Boise State
4th round, 112th pick: Greg Salas, WR, Hawaii
5th round, 158th pick, Jermale Hines, S, Ohio State
7th round, 216th pick, Mikail Baker, CB, Baylor
7th round, 228th pick, Jabara Williams, OLB, Stephen F. Austin
7th round, 229th pick, Jonathan Nelson, S, Oklahoma
 
Análise: O Rams deu muita sorte no começo quando o problemático e talentoso Robert Quinn caiu no colo deles na 14th pick. O Quinn é um bom rusher, tem tamanho e explosão pra virar um jogador de destaque na Liga e era pra ter saído no top10. O fato dele não ter jogado em 2010 na NCAA por suspensão com certeza pesou contra ele, mas o Rams sabe que pegou um bom jogador com essa escolha que tem potencial pra ser um Steal no Draft.
 
Se fosse por aí o Rams estaria bem, mas a sequencia do Draft deixou um pouco a desejar. O Rams adicionou o TE super atlético de Wisconsin, Lance Kendricks, que vai melhorar o corpo de recebedores do time e provavelmente ser titular desde o começo. O time também aproveitou pra trazer mais dois WRs pro seu corpo de recebedores. A questão é: por que? O Rams tem na sua estrela e futuro o Sam Bradford, beleza, e pra ele continuar evoluindo ele precisa de bons alvos, que lhe deem opções de passe. Mas o time não pegou nenhuma opção número 1 de passe pro Bradford, apenas trouxe alguns jogadores medianos pra dar profundidade ao grupo de WRs, mas isso o Rams tem, o que falta é um nº1 Receiver como o Julio Jones. Não tinha nenhum disponivel no Draft a essa altura, tudo bem, mas se era assim, era muito melhor aproveitar e ir buscar jogadores pra reforçar a defesa, o miolo da linha defensiva tem setecentos anos e vai aposentar logo, ou então uma boa dupla de OLBs. Ao invés disso o Rams gastou duas escolhas decentes em jogadores que vão fazer número numa posição já recheada.
 
Pelo Quinn, o Rams se saiu muito bem, o valor dele é muito maior do que eles esperavam conseguir a essa altura. Mesmo não sendo uma posição carente a de DE, era de longe o melhor jogador, foi uma boa escolha sem dúvida. Mas o Rams se atrapalhou com suas outras escolhas - especialmente os dois WRs - e perdeu chance de continuar adicionando jovens talentosos pro seu elenco. Vamos ver se só o Quinn vai ser suficiente para ir aos playoffs essa temporada.

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