Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Preview NFL 2013 - Detroit Lions

Defesa esmagadora é o forte de Detroit



Para saber do que estamos falando aqui e dessas estatísticas, recomendo a leitura desse post antes
Se quiser opinioes e analises sobre o Draft, voces podem ler o Running Diary da primeira rodada ou o manual de como avaliar um Draft na NFL


Depois de terminar a série de previews da AFC East, os previews da NFC East e também os previews da AFC North a para a temporada 2013 da NFL, começamos a falar da NFC North com o Green Bay Packers, seu maior rival Chicago Bears e o queridinho de 2012 Minnesota Vikings. Hoje terminamos a divisão falando do malfadado Detroit Lions. Se você não tem ideia do que estou falando, recomendo que leia esse post introdutório. Btw, a falta de crases nesse texto é porque esse teclado não tem crase, então não reparem, ok?

Detroit Lions

2012 Record: 4-12
Ataque ajustado: 8th
Defesa ajustada: 24th


Parabéns! Chegamos a um dos momentos mais esperados e mais interessantes dessa série. Dê a si mesmo um high-five, abra uma cerveja e ligue para aquele seu amigo fã de NFL desinformado para apostar com ele que o 4-12 Lions vai terminar 8-8 ou acima temporada que vem. Só faça isso. Vai lá, eu espero.

(Insira música tema de Uma Mente Brilhante enquanto esperamos)

Apostou? Ótimo. Agora se dê outro high-five por tirar doce de criança, e outro só por via das dúvidas: é a aposta mais fácil de toda a temporada da NFL.

Durante todo essa série de previews, o foco sempre foi usar algumas ferramentas analíticas pouco conhecidas para poder analisar quais records tiveram grandes influências de fatores externos ou aleatórios, fora do controle da equipe, para poder saber qual foi realmente o nível de jogo da equipe na temporada que se carregaria para o ano seguinte, ao invés de começar nossas análises simplesmente pelos números de vitórias. Os mais usados indicadores foram Pythagorean Expectations, jogos decididos por uma posse de bola, dificuldade do calendário e porcentagem de fumbles recuperados, mas também temos usados em casos específicos coisas como apontar outliers historicamente insustentáveis em alguns dados, uma temporada particularmente brutal com lesões ou afins. E a questão aqui é a seguinte: você pode falar qualquer tipo de indicador, qualquer tipo de ferramenta analítica, e ela vai falar que o Lions foi o time mais azarado de 2012, e que ele vai evoluir em 2013. Qualquer uma.

Vamos começar pelo meu favorito, Pythagorean Expectations. Detroit não teve um grande saldo de pontos temporada passada, mas ainda foi suficiente para um PE de 6,5 vitórias. Eu disse isso no primeiro post mas sempre é bom repetir: quando o Pythagorean Expectations tem uma vitória de diferença do seu record atual, é um bom sinal de que alguns fatores te desviaram do seu "verdadeiro" record, mas também pode ser efeito aleatório ou de algum outlier. Uma vitória de diferença nem sempre é forte o suficiente para indicar uma grande mudança. Mas quando esse número é acima de duas vitórias? 100% das vezes é um extremo indicador de underperformance, extremamente significante para mostrar uma grande mudança vindo pela frente. 2.5 wins já seria o suficiente para argumentar que Detroit, na verdade, foi um time muito mais próximo de 7-9 do que pareceria a primeira vista.

O Lions também terminou a temporada 3-8 em jogos de uma posse de bola, que como já vimos é um número que tende a 50%. Se a equipe vencesse exatamente metade dos seus jogos decididos por uma posse de bola, teria terminado a temporada exatamente 6.5-9.5, número indicado pelo seu Pythagorean Expectations. Também vale mencionar que Detroit teve o sexto calendário mais difícil de 2012 e que, embora projete como um calendário novamente muito difícil em 2013, só de tirar a NFC West da sua frente já ajuda muito (vale citar que o Lions perdeu um jogo - decidido por uma posse de bola - porque seu técnico desafiou uma jogada que não podia e assim evitou que a jogada fosse revista automaticamente e o TD do Texans, anulado).

Mas o Lions também indica uma regressão positiva em alguns outros fatores que não temos usado com tanta frequência (como eu disse, escolha qualquer fator do mundo e ele esteve contra o time). E o mais significativo é esse: Detroit teve o terceiro pior saldo de turnovers de toda a Liga com -16, um número absurdamente alto que é praticamente insustentável quando olhamos para times que incorreram num saldo parecido no passado. E na verdade, esse número foi motivado pelo fato de que a equipe teve o segundo PIOR aproveitamento da Liga recuperando fumbles, um ridículo e insustentável 32,5% - a defesa foi particularmente "ruim", recuperando apenas seis fumbles (31.5%) no ano inteiro (tem mais um fator, mas esse vamos deixar para daqui a pouco). Então se você está pegando times ruins de 2012 (em termos de record) e ordenando por "Times mais prováveis a darem a volta por cima e reverterem a situação", o Lions tem que ser o primeiro da lista considerando apenas todos os fatores aleatórios que conspiraram contra o time em 2012. Nenhum time foi mais azarado ou influenciado negativamente por fatores aleatórios. E se você quiser ficar técnico, o saldo de "eficiência" da equipe em 2012 (0,2%, per Football Outsiders) foi bastante próximo do saldo do Vikings (2,0%), a diferença entre os dois sendo menor que a diferença entre Vikings e Panthers (5,5%), por exemplo, mesmo sendo o Vikings um time bastante sortudo e o Lions um time muito azarado em 2012.

Então uma vez estabelecido que o Lions é o grande candidato a dar uma volta por cima em 2013 simplesmente por fatores orgânicos, vamos dar uma olhada em como a equipe chega para essa temporada.

A primeira coisa que todo mundo pensa quando falamos no ataque de Detroit é Calvin Johnson. E com razão. Megatron é uma aberração da natureza, a coisa mais próxima de um mutante que temos na NFL na atualidade. Johnson não só quebrou o recorde da história da NFL para jardas recebidas na temporada passada (1964), como na verdade liderou a NFL em jardas recebidas nas duas últimas temporadas e possui quatro temporadas de mais de 1000 jardas nos últimos cinco anos. Desde que Megatron entrou na NFL em 2007, nenhum jogador tem mais jardas aéreas que ele (7836) e só Randy Moss possui mais touchdowns (55 a 54). Ele também é o nono em recepções totais e uma aberração da natureza que perdeu apenas quatro jogos nessas seis temporadas. Nas últimas duas temporadas, ele lidera a Liga com folga em jardas (mais de 600 jardas de diferença para o segundo colocado) e é segundo em recepções e touchdowns (Wes Welker e Jordy Nelson, respectivamente). Ele é o primeiro wide receiver que eu vejo desde Randy Moss (tirando talvez Larry Fitzgerald quando Kurt Warner era seu QB, embora Warner fosse um bilhão de vezes melhor que Matt Stafford) que atinge o nível "Todo mundo sabe que o passe é para ele e mesmo assim ninguém consegue parar", e talvez o primeiro na NFL desde sempre no quesito "Não importa a rota corrida ou a cobertura, só jogue a bola para cima e ele vai pegar". O homem é uma aberração da natureza, e enquanto ele for a primeira opção de passe do Lions, o ataque terrestre vai seguir funcionando.

Mas claro, nenhum ataque funciona só com um jogador, e Detroit sem dúvida tem prestado mais atenção no que colocar ao redor do seu X-Man. Em particular, é preciso destacar o QB da equipe, Matthew Stafford. Stafford na verdade teve uma temporada pior em 2012 do que em 2011, a primeira vista:

2011: 421/663, 63.5%, 5038 jardas, 41 TDs, 16 INTs, 7.6 jardas por passe (Y/A), 65.5 QBR
2012: 435/727, 59.8%, 4967 jardas, 20 TDs, 17 INTs, 6.8 Y/A, 58.9 QBR

Eu não preciso falar muito para mostrar a diferença entre as duas temporadas, mas algumas em particular são mais significativas. A primeira é que o desabamento nesse número de TDs pode ser semi-explicado por dois fatores: um outlier bem grande em 2011, e um tremendo azar em 2012. Não é exatamente uma estatística comum, mas foi uma que chamou a atenção: nenhum jogador foi mais derrubado na linha de uma jarda do que Megatron ano passado. Nenhum nos últimos 20 anos, na verdade. Foi assim que Megatron caiu de 16 TDs para 5, e sem dúvida isso contribuiu para a grande redução no número de TDs aéreos de Stafford (em uma nota relacionada, Stafford teve 4 TDs terrestres contra 0 ano passado. Adivinhe). Eu acho que não preciso dizer que esse é um fator extremamente aleatório que, pesquisando na história da NFL (Bill Barnwell fez isso por mim) não existe nenhum precedente. Barnwell ainda nota que, na história da NFL, apenas 18 vezes um WR teve mais de 90 recepções e 1000 jardas em uma temporada com 5 TDs ou menos, e desses 18 apenas um continuou com 5 ou menos TDs na temporada seguinte (Wes Welker). Então considerando a extrema aleatoriedade de um jogador ser derrubado o tempo todo na linha de uma jarda com essa estatística, sim, podem draftar Megatron com tranquilidade no Draft que os TDs virão.

A segunda coisa que vale destacar é que  a tabela do Lions em termos de defesas enfrentadas em 2012 foi consideravelmente mais difícil, incluindo quatro contra a NFC West. E terceira fica para daqui a pouco. Mas mesmo assim, alguns fatores são um pouco preocupantes, especialmente a queda de aproveitamento nos passes e a queda de jardas por passe. Uma coisa que chamou a atenção foi uma mudança muito esquisita na mecânica de passe de Stafford, que em alguns momentos na temporada abandonou sua mecânica tradicional e começou a soltar passes de uma forma lateral, sem um movimento completo e um pouco parecida com a tão famosa mecânica do Tim Tebow. Eu não tenho dados para dizer quais foram seus números arremessando com cada mecânica, mas é o tipo de coisa que muitos especialistas que entendem melhor do que eu associaram a uma piora na precisão dos seus passes (QBs passes laterais como o de Staff normalmente possuem um aproveitamento pior nos passes, então existe alguma evidência para sustentar essa teoria, embora seja difícil falar nesse caso especificamente). Eu pessoalmente acho que Stafford devia ser multado a cada passe com essa mecânica torta que ele dá, mas o problema aqui é não da para saber se isso foi uma aberração dessa temporada ou se algo que vai se carregar pelo futuro. Talvez seja um resultado de fadiga de lançar tantos passes que possa ser contornada, talvez seja uma forma de aliviar a pressão no seu ombro (onde sofreu diversas lesões no começo de carreira) e que ele vá manter indo para frente. Não temos como saber se ele vai recuperar seu bom lançamento e isso vai se refletir em um aproveitamento melhor. O que eu posso atestar é o seguinte: apesar de estar na Liga já faz algum tempo, Stafford tem apenas 25 anos. Ele é três meses mais novo que Colin Kaepernick e quatro meses mais velho que Ryan Tannehil, então ainda tem espaço para uma evolução. Isso fica em aberto, por enquanto.

Mas o que o Lions pode e deve fazer para ajudar seu quarterback é dar a ele um melhor grupo no ataque. Sua linha ofensiva não é um problema (foi a melhor da Liga protegendo o QB e acima da média correndo), mas as alternativas que ele possui são. Em resumo, o problema é que o ataque e Stafford dependem demais de Megatron. A falta de um segundo WR confiável coloca pressão demais em Megatron, e mesmo que ele ainda consiga fazer milagres no estilo "joga para cima e ele que se vire", o fato é que as defesas direcionam mais recursos para parar o camisa 81. Isso significa que não só é mais difícil acertar Johnson com passes (e o risco de interceptação também é maior no caso de um lançamento pior), como significa que a defesa vai direcionar menos jogadores para o resto do seu ataque, deixando mais recebedores em situações favoráveis ou de mano a mano. O problema é que a equipe não possui bons recebedores para aproveitar essas situações favoráveis e punir a defesa por deixá-los livres, o que facilita que todo mundo corre para marcar Megatron. É uma situação muito difícil para seu QB também, que possui seu melhor jogador extremamente marcado mas nenhum outro alvo se desmarcando e conseguindo boas condições de receber um passe. Pense da seguinte maneira: em 2012, Megatron quase chegou a 2000 jardas aéreas e bateu o record da NFL. Enquanto isso acontecia, apenas UM outro WR de Detroit passou de 350 jardas: Titus Young, dispensado por ser uma diva que corria rotas erradas e se alinhava no lugar errado no ataque em "protesto" por não receber passes suficientes (segundo ele). Ryan Broyles chegou a 310 e nenhum outro passou de 250 jardas. So yeah, Detroit precisa urgentemente oferecer mais opções no jogo aéreo para ajudar o desenvolvimento de Stafford e aproveitar a atenção extra que Megatron atrai. Hoje, o plantel de Detroit possui alguns nomes interessantes (Nate Burleson, Broyles e Mike Thomas estavam temporada passada mas perderam muitos jogos, e o time trouxe Chaz Schillens) mas nenhum claro candidato a ocupar o campo ao lado de Megatron e de causar algum tipo de mudança defensiva nos adversários. Um pouco de saúde a mais para seus WRs vai ajudar, mas ainda falta um jogador explosivo para fazer os adversários pagarem, e Detroit não tem esse jogador. E sente falta.

O segundo ponto de interesse é o jogo terrestre, onde o mito é que o do Lions é muito ruim e afunda o ataque do time. É uma enorme besteira: Detroit teve o décimo segundo melhor ataque terrestre da NFL em 2012. Apesar de não ter um RB como Frank Gore ou Marshawn Lynch, Detroit conseguiu boa produção de jogadores como Mike Leshoure e Joique Bell, que combinaram para 4.1 Y/C mesmo enfrentando as melhores defesas terrestres da NFL todo santo jogo (foi o calendário mais difícil em termos de defesas terrestres adversárias da NFL). Então a falta de produção do jogo terrestre é de certa forma um mito, embora é fato que não tivessem um RB dominante que causasse pânico em defesas adversárias. Mas o problema é outro. Lembra da terceira coisa importante dos números de 2011 e 2012 do Matt Stafford? Olhe lá de novo os números de passes totais deles em cada temporada, 663 e 727. Os dois foram as maiores marcas da temporada, dois anos consecutivos. E quando seu QB está lançando quase em média 700 passses por temporada e tem um histórico de problemas no ombro (ao ponto que de repente ele muda sua mecânica de arremessos, que pode ou não estar relacionado) - e tendo ainda um ataque terrestre decente - eu nunca vou entender porque diabos o Lions insiste tanto e não aproveitar o chão (o argumento de que eles precisavam passar a bola por estarem atrás no placar é válido, mas não justifica tudo).

Na verdade, a única grande contratação do time para essa temporada foi justamente para ajudar o jogo terrestre, trazendo o dinâmico Reggie Bush. Eu achei uma boa contratação, mas talvez por um motivo diverso: Bush ajuda no jogo terrestre com sua explosão e velocidade, é um jogador que sabe aproveitar os espaços da linha ofensiva (e como eu disse, a de Detroit tem jogado muito bem) e explodir para ganhos, tendo nos últimos quatro anos média de jardas por corrida de 4.7. Isso vai ser muito importante para Detroit expandir o uso de seu jogo terrestre como devia ter feito ha muito tempo, mas tlavez mais importante, Bush é um dos melhores RBs da NFL recebendo passes: desde que entrou na NFL, ele é o terceiro RB com mais jardas aéreas na Liga tendo jogado 12 jogos a menos que o primeiro colocado (Steven Jackson). Esse dinamismo e versatilidade vai ser crucial para um time que precisa desesperadamente de mais opções de passe para liberar Megatron, como já foi dito, e era uma função de enorme carência na equipe desde que Jahvid Best machucou pela primeira vez. Hoje os ataques da NFL dependem muito desse tipo de jogada, e com Leshoure para dar alguma profundidade pelo chão, as recepções de Bush - se bem usado, o que é sempre uma dúvida com um HC tão incompetente - podem ser o ingrediente que o time precisava para se virar pelo ar sem um segundo WR.

A defesa é uma unidade mais complicada, 24th na NFL em 2012 e que muita gente aponta como ainda pior em 2013 dada a saída do bom (mas muito overrated) Cliff Avril. Elas não sabem do que estão falando, though. Essa defesa foi 9th overall em 2011 e boa parte dessa piora se resume a lesões e ao seu incrível (e dificilmente duplicável) azar com fumbles recuperados, o que fez dessa unidade muito ruim forçando turnovers. Na verdade, Detroit reforçou de forma inteligente sua defesa, e foram adições que fazem sentido quando chegamos nos números. A primeira coisa a reparar é que a equipe não ficou parada com a saída de Cliff Avril, foi atrás de reforços para sua linha defensiva e trouxe o underrated Israel Idonije de Chicago e o sólido Jason Jones de Seattle. Além disso, usou sua alta escolha de Draft para draftar Ziggy Ansah, um DE extremamente atlético que vai se beneficiar imensamente da atenção dispensada a Ndamukong Suh e Nick Fairley pelo meio da defesa. Essa linha defensiva de Suh, Fairley (que deve ganhar um papel maior na equipe e é uma força da natureza quando está focado), Ansah e Idonije/Jones tem tudo para ser uma das melhores (ou a melhor) da NFL. A saída de Avril foi bem compensada (especialmente em termos salariais) e mais espaço para Fairley deve ser suficiente para essa linha de frente ser ainda mais mortal em 2013.

Mas a região que mais se reforçou foi a secundária. Detroit terminou 21st em defesa aérea temporada passada, mas vale lembrar que a equipe perdeu seu bom safety Louis Delmas por nove jogos. Delmas está de volta e é um dos melhores safeties da NFL quando saudável, e o Lions ainda trouxe mais reforços. O primeiro foi o bom Glover Quin, um jogador muito importante na ótima defesa de Houston temporada passada. Quin é um SS que deve fazer dupla com Delmas na secundária. E além disso, vale destacar que o Lions foi bem ano passado com Chris Houston indo em cima de WRs #1, mas foi horrível (segundo pior da Liga) contra WRs #2, então o time usou uma escolha de segunda rodada para trazer um novo CB para ser titular do outro lado do campo em Darius Slay. Então foi uma unidade que manteve suas principais forças com sua fortíssima linha defensiva, e reforçou consideravelmente a secundária em relação ao ano anterior. Considerando o incrível azar desse time com fumbles regredindo, essa é uma unidade para se monitorar em 2013.

Btw, um último ponto. Normalmente eu não levo muito em conta Special Teams por ser algo muito flutuante e impreciso: o Ravens teve o melhor ST da temporada regular e tomou dois TDs de retorno no mesmo jogo contra o Broncos, por exemplo. Mas vale citar que o Lions teve o segundo pior ST de toda a temporada passada e talvez o pior retornador, Stefan Logan, que teve seis muffed punts, pediu fair catch na linha de 4 jardas e foi em geral extremamente incompetente. Logan não vai mais retornar nada em 2012, então só essa adição por subtração já deve ajudar a equipe.

Então sim, o Lions é meu grande candidato a "volta por cima" de 2013: eles foram influenciados negativamente por quase qualquer métrica imaginável (e até umas novas!), foram um time muito melhor em 2012 do que pareceram e já seria um candidato imenso a melhorar só por questões naturais. Mas além disso eles adicionaram componentes importantes a equipe, e possuem um núcleo extremamente jovem do qual podemos esperar uma evolução normal. Suh é um jogador muito underrated porque todo mundo presta atenção as suas atitudes inconvenientes e porque seu time perde (Richard Sherman faz a mesma coisa e todo mundo acha o máximo porque o time dele ganha, por exemplo), mas é um excelente jogador, e essa defesa está cheia de jovens atletas como Ansah e Fairley. O ataque tem seus problemas que não vão melhorar muito enquanto não trouxerem outro bom WR, mas possui uma boa linha ofensiva, adicionou uma peça importante e ainda tem Calvin Freaking Johnson, então ruim não vão ser. A defesa tem tudo para dar a volta por cima depois de uma temporada 2012 ruim e azarada. Então se Detroit era um time na verdade 6,5 mesmo com um calendário do inferno (a equipe projeta ter um calendário muito difícil em 2013 com base nos records de 2012, mas grande parte dos times são candidatos a regressão) e um azar espetacular em quase tudo que seja possível imaginar (especialmente fumbles), esse time com adições importantes e um ano a mais para desenvolver suas jovens estrelas coloca a equipe aonde? Difícil dizer, mas algo como 8-8 ou 9-7 está em jogo.

Ainda existe alguma dúvida sobre alguns fatores, especialmente Matt Stafford, a capacidade do ataque de jogar fora de Megatron (hoje ele é extremamente previsível) e da defesa de se ajustar a suas novas peças. Mas o talento está lá mesmo numa divisão brutal, e para mim o Lions tem tudo para terminar 8-8 ou melhor e brigar por uma vaga de playoffs. A NFC está brutal e talvez seja necessário chegar a 10 ou 11 vitórias para garantir essa vaga, o que talvez esteja um pouco fora do esperado para a equipe, mas com um pouco de sorte não é bom dormir nesse time de Detroit. Muito talento, muito potencial de evolução. Agora pode ir lá tirar sarro do amigo que acha que vão ser ruins mais uma vez e faturar algum dinheiro fácil.

4 comentários:

  1. Excelente material sobre os Lions. Concordo quando ao azar monstruoso que o time teve ao longo da última temporada.E também acho que o time teve uma offseason muito boa. E acredito que ainda vamos nos surpreender com o Ryan Broyles. Ele se encaixa perfeitamente como slot e, livre de lesões, tem tudo pra deixar sua marca nesse ano. Além disso, prevejo Reggie Bush aproveitando cada espeço que os adversários vão dar por estarem preocupados em fazer marcações duplas e triplas em cima do Megatron.
    Como lado negativo em relação ao ano passado, eu cito a linha ofensiva. Perdemos três titulares - ainda que o Peterman não possa ser considerado uma perda - e os repusemos com três jogadores inexperientes que combinam pra 6 jogos como titulares na NFL.
    Se o time não tiver os problemas com lesão e azar, e se o Sttaford jogar como em 2011, esse time chega ao playoffs. Agora é aguardar. Parabéns pelo blog. Estava aguardando a resenha sobre os Lions ansiosamente.

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  2. Você é sempre muito embasado em suas análises. Mas números (como vc mesmo disse quando analisou o rating de Alex Smith e Drew Brees) não ganham jogo. Ao final de suas análises da NFC North podemos chegar à seguinte conclusão: GB à frente, Bears e Lions brigando pelo 'wild card', e Vikings na lanterna. Só que sua análise sobre GB se prende à história do Rodgers (sem dúvida brilhante) e não às dificuldades do ano passado e as evidentes deficiências para este ano. GB é sempre uma 'barbada' (assim como New England) mas terá muitas dificuldades para pegar uma vaguinha nos Playoffs deste ano. E ainda tem a pior tabela da NFL. Acho que vc vai errar feio. Só nos resta esperar. E Detroit... é sempre Detroit.

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    1. Claro que isso é sempre possível.

      É que como tem uma tonelada de coisas que não podemos controlar que afetam essas coisas no futuro, a forma que eu uso para tentar fazer essas "previsões" são os números junto das opiniões e experiências de 12 anos de NFL. Na hora do vamos ver, pode ser que eu esteja totalmente errado mesmo. Mas eu tendo a dar o benefício da dúvida para times com grandes QBs.

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    2. Isso é verdade. Grandes QBs podem fazer o impossível!

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