Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Pontos importantes da semana 5 da NFL

Esquecemos isso ano passado, mas Luck foi 1st pick por um motivo


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Mais uma semana na NFL chega ao fim, uma semana interessantíssima que envolveu dois times perdendo a invencibilidade, algumas zebras, dois jogos de domingo a noite, e alguns jogos verdadeiramente sensacionais que tivemos a sorte de assistir na TV (dica: não estou falando de Niners-Texans). Como sempre, vamos agora dar uma passada por alguns dos pontos mais interessantes ou importantes do que passou nesses últimos dias.

Para os perdidos de plantão a idéia aqui é a seguinte: isso aqui NÃO é um recap da rodada, e o nosso intuito não é passar por todos os jogos ou falar de todos os jogadores, bons ou não. Outras pessoas podem fazer isso, mais rápido e melhor do que eu, e eu também não acho que isso se enquadre na proposta do blog. A proposta aqui é para dar uma olhada nos fatores, dentro de cada jogo, que são relevantes ao maior cenário da NFL. Vamos olhar a performances que foram importantes mas receberam pouco crédito, fatores pouco observados que estão influenciando alguns pontos importantes, e por ai vai. Então de novo, o objetivo não é passar por todos os jogos e falar alguma coisa relevante: muitas vezes teremos dois ou mais pontos sobre um mesmo jogo, e jogos sem comentário nenhum. 

Então vamos logo que temos muito a dizer hoje, começando com...

O eterno problema das narrativas pré-determinadas


E se eu te dissesse o seguinte: tem um QB que, no jogo da sua equipe esse domingo que passou para 506 jardas completando 25 de 36 passes, além de cinco TDs com apenas uma interceptação. Ele se tornou apenas o 16th QB da história da NFL a atingir a marca de 5000 jardas, e no processo quebrou dois recordes históricos, precisando do menor número de arremessos de qualquer QB para atingir a marca de 500 jardas E terminou o jogo com o maior número de jardas por passe (14.1) que um QB já teve lançando pelo menos 30 passes. Suas proezas ofensivas foram responsáveis por 48 pontos para sua equipe, mantendo seu time pau a pau na partida contra o melhor ataque dos últimos 50 anos da NFL e jogando melhor que o melhor QB da NFL na atualidade, em uma partida onde sua defesa foi quase inexistente, incapaz de registrar um sack OU um hit no QB adversário... e tudo isso sem seu segundo melhor WR e enfrentando o melhor time da NFL. Se eu te dissesse isso, você certamente iria concluir, acertadamente, que foi uma das melhores performances de um QB nos últimos tempos, que fez tudo que era humanamente possível para manter seu time no jogo contra um ataque extremamente dominante e com muito pouco apoio de uma defesa que foi totalmente dominada, e cuja vitória não foi possível certamente não por conta de sua performance. Essa é a única conclusão que pode ser tirada depois do QB ter jogado dessa maneira.

A não ser, é claro, que você seja Tony Romo.

Quando você é Tony Romo, parece que você não tem nunca salvação. Durante os primeiros 35 arremessos, Romo teve uma performance histórica e manteve sozinho o Cowboys na partida contra o todo-poderoso Denver Broncos, dono do melhor ataque da liga, em um dia em que sua defesa jogou muito mal, passando para 500 jardas e um TD. Não importa o que você diga, o fato é que o Cowboys só estava ainda disputando a partida no segundo tempo porque Romo colocou o time nas costas e começou a fazer lançamento absurdo atrás de lançamento absurdo, escapando de sacks e achando seus recebedores em espaços minúsculos. Se não fosse por uma atuação genuinamente histórica, não teria nenhum jogo apertado para perder, provavelmente acontecendo o mesmo que vimos semana passada quando o Eagles perdeu de 53 a 20 para esse mesmo Denver. Mas ao invés de focarem nisso e de exaltarem a grande partida de Romo que quase conseguiu sair com a vitória, todo mundo parece ter uma necessidade patológica de colocar a culpa nele para a derrota, focando apenas na interceptação que ele lançou com seu último passe quando o jogo estava empatado 48-48 nos minutos finais ao invés de reconhecerem o que ele fez nos outros 35. Sua interceptação aconteceu em um lançamento ruim e forçado, e levou naquele momento a derrota de sua equipe, mas colocar a culpa em Romo pela derrota é esquecer de tudo que ele fez para o jogo chegar naquele momento. É intencionalmente olhar para apenas um fator que contribuiu para o resultado final porque ele se encaixa na narrativa pré-determinada e ignorar todos os outros fatores ao longo dos outros 46 minutos de jogo que fizeram a partida ser o que foi, e ignorar toda a falta de ajuda que o Cowboys teve do jogo terrestre (50 jardas apenas) e da defesa (que não encostou em Peyton Manning, literalmente, nenhuma vez no jogo).

Claro, isso vem da necessidade que todo mundo parece ter de achar rótulos para os jogadores e querer encaixar tudo que acontece nesses rótulos. No caso do Romo, o rótulo é de que ele é amarelão, de que não conseguem ganhar jogos decisivos ou nos quartos períodos, um rótulo que também se estende ao time do Cowboys. Então quando Romo comete um erro decisivo no quarto período, todo mundo corre para encaixar isso na narrativa de que ele não consegue vencer esses jogos e corre para atribuir toda a culpa ao QB, mesmo que isso esteja muito longe da verdade. Foi a mesma coisa nessa offseason, quando muita gente correu para atribuir a (falsa) fama que Dallas tem de amarelar nas retas finais de temporada ao Romo, pedindo a saída do QB como se fosse o problema da equipe. E as pessoas fazem isso porque é muito mais fácil simplesmente encaixar os fatos numa história pré-determinada do que fazer um esforço de pensar e analisar cada fator que contribuiu para o resultado.

O problema é que essas narrativas, como sempre, são fabricadas, e depois tudo que acontece é distorcido em termos de causa e efeito para se encaixar nessa narrativa. No preview de Dallas para essa temporada, eu mostrei de perto porque essa narrativa de "amarelão" da equipe é totalmente exagerada e como todos os finais de temporadas podem ser explicados por fatores como azar ou uma tabela que por acaso ficou mais difícil no final. No caso de Romo, também existem muitas evidências apontando em fator dele contra essa sua fama. Romo liderou a liga em 2012, na verdade, em viradas no quarto período com cinco - um número que não inclui uma campanha nos segundos finais para empatar um jogo contra o Saints (eventual derrota em OT) e uma campanha que deveria ter resultado em uma virada contra o Ravens mas que terminou em um FG errado do kicker Dan Bailey. Na verdade, desde que se tornou titular em 2007, Romo possui o quinto melhor rating entre todos os QBs da NFL em quartos períodos com o jogo separado por uma posse de bola ou menos, atrás de Aaron Rodgers, Eli Manning, Peyton Manning e Drew Brees. Na verdade, desde que a estatística foi criada, Romo lidera a NFL em QBR para QBs no quarto período, e embora esse número caia quando consideramos apenas os três minutos finais dos quartos períodos, ele ainda está empatado com Tom Brady e Matt Ryan, dois QBs considerados "clutch". Mas ainda assim, continuamos distorcendo tudo que acontece para encaixar na nossa narrativa de que ele não sabe vencer jogos ou jogar nos finais de jogo. Assim como aconteceu domingo: Romo fez tudo que era humanamente possível para manter seu time no jogo praticamente sem ajuda da defesa ou jogo terrestre, jogou melhor que Manning e conseguiu deixar o jogo apertado no quarto período, mas lançou um passe ruim que determinou o fim da partida... e todo mundo foca nesse último passe para apontar que ele amarelou ao invés de lembrar tudo que ele fez para que o jogo sequer chegasse a esse ponto.

Mas claro, você ainda vai ler muito por ai sobre como Romo custou o jogo ao Cowboys e como ele é um problema, porque sempre será mais fácil repetir algo que já está estabelecido do que pensar e analisar até chegar na verdade. Isso nunca vai mudar. Só saibam que Romo tem sido um dos melhores QBs dessa temporada e que teve um jogo excepcional contra o melhor time da NFL, e que sua interceptação em nenhum momento apaga o brilho que teve no resto da partida. Se você acha que Romo é o problema do Cowboys, é melhor pensar de novo.

Andrew Luck Bandwagon


Você provavelmente já ouviu falar em "Sophomore Slump" alguma vez na sua vida, ou pelo menos algum conceito semelhante. Sophomore slump é aquele conceito segundo o qual os segundo anistas da NFL (ou qualquer outra liga, na verdade) teriam uma queda de rendimento, ou algumas dificuldades no seu segundo ano na liga. Embora algumas pessoas apresentem ou vejam isso quase como uma coisa mística governada por leis acima da nossa compreensão, a verdade é que a sophomore slump tem uma explicação bastante simples. Quando esses jogadores - em especial quarterbacks - entram na NFL, é uma incógnita como eles jogarão e como irão adaptar seu jogo a essa nova realidade, como o playbook de seus novos times vai utilizá-los. Então durante o primeiro ano desses jogadores, tudo é basicamente uma surpresa: ninguém conhece seu estilo de jogo direito, ninguém tem vídeos ou tempo para analisar com calma suas forças e fraquezas, e mesmo os times que irão te enfrentar não tem o tempo ou a amostra para analisar cuidadosamente todos os seus aspectos. Ao final da primeira temporada, é diferente. Todos os times já possuem 16 jogos de vídeos e dados para analisar, e uma offseason inteira tendo esses vídeos nas mãos para destrinchar tudo sobre o jogador, de forma que o calouro não é mais uma surpresa ou uma incógnita, todo mundo sabe agora se adaptar para melhor defendê-lo. Por isso acontece esse "sophomore slump", porque o que esse jogador fazia antes começa a ser melhor defendido e mais previsível, então ele precisa passar por um período de adaptação e transição novo para mudar ligeiramente seu jogo e se adaptar as mudanças que os adversários estão fazendo para combater seu skill set "inicial". Esse período de adaptação é o que normalmente chamamos de sophomore slump, o tempo que o segundo anista demora para contornar esse problema.

Mesmo os melhores calouros não são exceção. Ano passado, a chamada "Gang of Four" - ou seja, os três calouros Andrew Luck, Russell Wilson e Robert Griffin, mais Colin Kaepernick em seu primeiro ano como titular - colocaram fogo na NFL com sua velocidade, capacidade de improvisação e talento de maneira geral, levando seus quatro times aos playoffs, e com Kap, Griffin, Wilson e Luck terminando a temporada em 3rd, 6th, 8th e 11th em QBR, respectivamente. A expectativa então era que eles fossem explodir com um ano a mais de experiência.

Não aconteceu até agora. Na verdade, três desses jogadores tem sofrido um pouco na sua segunda temporada, seja pela sophomore slump ou por motivos diversos. Robert Griffin foi o Rookie of the Year de 2012 depois de uma temporada espetacular que o viu completar 65.6% de seus passes com 8.1 jardas por passe e um QBR de 71.4, mas não tem sido o mesmo desde que voltou da lesão no joelho, talvez por estar fisicamente desgastado, ou talvez por não ter a mesma confiança no seu corpo e seu joelho: o aproveitamento caiu para 62.4% e perdeu uma jarda por passe, suas interceptações praticamente dobraram, ele parou de correr, e viu seu QBR despencar para um horrendo 29.15. Colin Kaepernick e Wilson estão tendo um 2013 sólido mas complicado, em parte por causa dos problemas de suas equipes com wide receivers e jogadores de linha ofensiva, respectivamente: Kaepernick, assumindo um papel mais de tomar conta da bola e tomar decisões conservadoras agora que tem menos alvos para aproveitar seu bom braço, está em 11th na NFL com um QBR de 57.4, e Russell Wilson tem tido bons números se aproveitando eficientemente das boas situações criadas pela sua defesa e jogo terrestre, mas tem tido dificuldade para criar suas próprias campanhas, aparecendo em 13th apenas com um QBR de 55.3. Embora Griffin tenha um motivo claro para seus problemas, e Kap e Wilson não estejam exatamente tendo um ano ruim, os três estão sofrendo nesse começo de 2013 mais do que o esperado, sofrendo um pouco com a sophomore slump.

A exceção a isso é o QB que, apesar de ter sido a 1st pick apenas um ano atrás, acabou ficando em segundo plano no hype comparado aos seus três companheiros: Andrew Luck. Enquanto os números e mesmo a atuação dos demais QBs deram um passo atrás em 2013, a de Luck deu um tremendo passo a frente:

2012 Andrew Luck: 339/627, 54.1%, 4374 jardas, 7.0 Y/A, 23 TDs, 18 INTs, 64.99 QBR
2013 Andrew Luck: 97/156, 62.2%, 1144 jardas, 7.2 Y/A, 7 TDs, 2 INTs, 77.11 QBR
13' Luck (projetado para 16 jogos): 310/499, 62.2%, 3660 jardas, 7.2 Y/A, 23 TDs, 6 INT

E isso sem levar em consideração que Luck está sendo o segundo QB mais valioso correndo com a bola nessa temporada (atrás apenas de Michael Vick) e que enfrentou uma tabela bastante complicada até aqui, que inclui jogos contra as fortes defesas aéreas de Seahawks e 49ers (ok, um contra o Jaguars), então esses números se fossem ajustados seriam ainda mais impressionantes. De fato, o QBR de Luck é o quarto melhor da NFL e está virtualmente empatado com o segundo colocado (Drew Brees), atrás apenas do inigualável Peyton Manning.

E assim como eu defendi que o que Luck fez em 2012 não podia ser medido em números comuns (seus números "normais" são até bastante medíocres, mas quando colocados em contexto, eles são muito impressionantes), os números de 2013 contam apenas parte da história. Luck tem um time melhor ao seu redor do que a máquina de pesadelos de 2013, mas não é exatamente o 49ers de 1989: a linha ofensiva ainda é muito ruim protegendo o QB, permitindo que Luck fosse atingido mais vezes que qualquer outro QB que não seja Ryan Tannehill (outro segundo anista que está tendo dificuldades e viu seu QBR cair, btw) - e com uma das contratações feitas para melhorar esse grupo e proteger seu franchise QB fora da temporada já. Seu corpo de recebedores se beneficiou de mais um ano de TY Hilton e Coby Fleener, mas Dwayne Allen está fora da temporada. E por todo o hype que a chegada de Trent Richardson produziu, o ex-RB do Browns está sendo absolutamente medíocre (ou pior) em Indianapolis, só conseguindo 3 jardas por corrida onde Ahmad Bradshaw, Vick Ballard (ambos fora da temporada) e Donald Brown passam das 4.5 YPC cada um. É um grupo melhor do que em 2013, sem dúvida, mas não por muito.

E juntando tudo isso está Andrew Luck, o cara que faz tudo acontecer. Assistir Andrew Luck jogar é quase como uma colagem dos melhores atributos que você encontra na NFL, e ao mesmo tempo algo totalmente diferente: ele tem a habilidade de Romo e Big Ben para achar ganhar tempo no pocket e estender as jogadas, a habilidade de Russell Wilson e Kaepernick de mudar jogos e converter jogadas com suas pernas (Luck foi o terceiro melhor QB correndo de 2012 e o segundo de 2013, btw), o braço forte e a precisão para fazer qualquer arremesso e converter qualquer jogada como Drew Brees, e o meu favorito, a capacidade sobre-humana de Aaron Rodgers de fazer arremessos perfeitos em movimento e/ou contra o movimento de seu corpo. E ao mesmo tempo, tudo que ele faz é de uma forma diferente de todos os demais e com uma graça e eficiência própria, que fez um dos meus escritores favoritos colocar que "É inútil comparar Andrew Luck ao outros jogadores, porque já ficou claro que algum dia compararemos jogadores a Andrew Luck". E em um time do Colts que evoluiu mas ainda tem muitos buracos, é o jovem QB que tem feito toda a diferença conduzindo o ataque com maestria e convertendo um número impressionante de jogadas de extrema dificuldade sendo obrigado a fugir de um sack porque sua OL errou novamente os bloqueios. Tem mais sobre o sucesso do Colts do que apenas a evolução de Luck, que vai ganhar uma coluna própria muito em breve (provavelmente na quinta que vem), mas as atuações do garoto - essa semana engolindo uma muito boa secundária do Seahawks e combinando com TY Hilton para fazer Richard Sherman parecer um jogador da CFL - são o principal motivo pelo qual esse ataque está atualmente como o quarto melhor da NFL. Se a temporada acabasse hoje, Andrew Luck seria meu MVP não chamado Peyton Manning na frente de Brees (embora eu não tenha nenhum problema se você preferir Brees). E a parte assustadora é que, contornando seu sophomore slump, elevando seu jogo a novos níveis, emergindo como um dos melhores QBs dessa temporada e levando seu time a um excelente começo de 4-1 e novamente aparecendo como um time a ser temido, Luck está apenas começando a atingir seu enorme potencial. Eu não poderia estar mais animado pelo que vem pela frente.

As lesões começam a acumular


Estamos começando a chegar no ponto da temporada onde as lesões começam a acumular e afetam o desempenho e os prognósticos futuros das equipes de forma mais definitiva. Uma lesão importante antes da temporada é um problema, mas um que pode ser contornado de certa forma já que os times tem tempo para agendar trocas, estudar free agents, remontar seu plano de jogo ou mesmo aproveitar o draft para adereçar seu problema e suas fraquezas. Uma lesão importante durante a temporada é pior, pois é um ponto onde as perspectivas de arrumar um substituto são consideravelmente menores e onde isso afeta muitos cenários distintos, incluindo as perspectivas para o resto da temporada e o desenvolvimento do plano da equipe como um todo. E são essas lesões que atualmente estão começando a preocupar alguns times que poderiam ser favoritos ou mesmo de interesse ao longo da temporada.

No primeiro jogo da rodada, quinta feira, já tivemos duas lesões significativas, com Bills e Browns perdendo seus QBs por lesões em uma partida que foi divertida mesmo com Jeff Tuel e Brandon Weeden de QBs. Entre essas duas, a lesão mais significativa foi a de Brian Hoyer: depois de trocarem seu suposto melhor jogador ofensivo em Trent Richardson (que na verdade é um jogador bem fraco e o Browns assaltou o Colts na troca, mas enfim) e ver seu QB titular (Weeden) se machucar, Hoyer assumiu um time que deveria brigar pelas primeiras escolhas do draft... e imediatamente ganhou seus dois primeiros jogos com boas atuações, colocando o Browns (empatado) no topo da AFC North e sonhando com uma vaga nos playoffs. Agora Hoyer está fora da temporada depois de romper o ligamento do joelho, e o Browns se ve novamente na difícil posição de decidir se briga pelos playoffs (o record positivo do time é o primeiro desde... wait for it... Week 17 de 2007!!!) ou se desiste e pensa no ano que vem. A primeira opção provavelmente seria a que muita gente escolheria, mas mesmo assim, eles não fizeram nenhum movimento para melhorar sua situação de QBs indo atrás de um dos jogadores dispensados essa semana (Josh Freeman ou Matt Flynn) e decidiram ficar com Brandon Weeden mesmo, que todos já sabemos que é bem ruim e tem um QBR de 24.9 mesmo depois de uma boa atuação contra a horrível segundária do Bills. Isso não quer dizer que a decisão por Weeden signifique que o time está desistindo da temporada, é claro, mas a falta de esforços para melhorar uma situação claramente problemática e que poderia colocar seu time (e sua boa defesa) nos playoffs pela primeira vez em muitos anos indica que o Browns não está com tanta pressa assim... ou não tão confiante.

A lesão de EJ Manuel, na minha opinião, é menos significativa porque o Bills tem uma janela menor para brigar pelos playoffs, mas não deixa de ser uma perda importante. A chance de brigar por um wild card fica bem menor com Jeff Tuel ou Thaddeus Lewis de QB, claro, mas no caso do Bills o problema é um pouco diferente. Manuel foi draftado para ser o QB do futuro da franquia, e é muito importante para a equipe que ele jogue o máximo possível e mostre do que é capaz para que o time saiba exatamente onde se encontra na busca pelo seu franchise QB. Apesar de muito divertido e explosivo, Manuel não vinha tendo uma grande temporada de calouro, com um QBR pobre de 42.3 (23rd na NFL), mas vinha mostrando algumas habilidades interessantes e seria bom que tivesse o máximo de experiência e rodagem possível, não apenas para se desenvolver e como para que a comissão técnica e a diretoria soubessem exatamente o que possuem nas mãos. A lesão, mais do que dar um golpe duro nas já difíceis chances de playoff da equipe, ainda atrapalham o desenvolvimento do jogador, provavelmente um problema maior para o Bills do que simplesmente a piora nas chances de pós-temporada.

Outro time cujas lesões - em particular uma lesão mais recente - sepultou de vez os sonhos de playoffs foi o Atlanta Falcons. Depois de uma dolorosa derrota em casa para o Jets que derrubou os atuais campeões da NFC South para 1-4, o golpe final veio quando soubemos que Julio Jones deve perder o resto da temporada com uma lesão no pé igual a que sofreu antes do draft de 2011. Esse foi apenas o mais novo golpe em uma temporada do inferno para o time que, no papel, deveria ter um dos ataques mais explosivos da NFL. Embora fosse claro que a defesa do Falcons fosse ser muito ruim em 2013, muita gente - inclusive eu - achava que o ataque com Roddy White, Julio Jones, Matt Ryan, Tony Gonzales e Steven Jackson fosse ser bom e explosivo suficiente para ganhar muitos jogos pelo volume puro de ataque. Mas para um time cujo elenco foi construído em torno de um núcleo de elite e um elenco em volta mediano, essa temporada não poderia ter dado mais errado. A linha ofensiva da equipe sofreu com lesões desde a pré temporada e precisou recorrer aos restolhos do elenco. Roddy White machucou o pé e não conseguiu jogar perto de 100% no ano ainda, e Steven Jackson machucou logo no início da semana 2. Isso foi suficiente para tirar muito do potencial desse ataque, e combinado com a horrível defesa do time, logo derrubou o Falcons, que não conseguia segurar seus adversários e não possuía as peças ofensivas para fazer o que dele se esperava. Agora para finalizar, JJ está fora para a temporada, o que foi o golpe final: Jones estava sendo até o momento o melhor WR da NFL, liderando a liga em recepções e segundo em jardas atrás de Jimmy Graham. Se nem com Jones fazendo sua mágica o Falcons conseguia gerar poder de fogo suficiente com seu ataque extremamente desfalcado, não vai ser sem Jones que as coisas irão melhorar. Agora só resta se conformar com uma temporada jogada no lixo e começar a se preparar para 2014.

Por fim, um último time tem tido sua própria montanha russa com lesões. Semana passada, o Patriots viu seu melhor jogador defensivo sair carregado de campo, com as notícias na manhã seguinte confirmando que Vince Wilfork não voltaria a jogar nessa temporada. Além de ser o jogador favorito da minha namorada, Wifork era ainda mais importante para essa defesa. Quando a defesa do Patriots começou a ser horrível lá para a temporada 2009, Wilfork foi o único ponto positivo, e o pilar em torno do qual Bill Belichick começou a remontar todo esse grupo e ancorava todo o sistema defensivo até hoje. Sua presença física sempre foi extremamente importante contra o jogo terrestre, e sua versatilidade de jogar tanto em esquemas 3-4 como 4-3 em altíssimo nível davam a Belichick uma flexibilidade muito especial que permitia ao técnico tirar o máximo de seus jogadores em cada situação, sabendo que Wilfork estaria fazendo o trabalho sujo no meio. E a lesão de Wilfork já se fez sentir logo no primeiro jogo, quando o Bengals direcionou seu plano de jogo para explorar o buraco deixado pelo gordinho no meio da linha defensiva de New England, e funcionou: Cincinatti correu para 163 jardas abusando desse meio da defesa, controlando o relógio, movendo as correntes e desgastando toda a defesa de New England, especialmente em um dia onde as condições climáticas não foram favoráveis ao jogo aéreo. E sem Vince Wilfork ou um substituto a altura (ou ao peso) dele, essa tática vai ser explorada por praticamente qualquer adversário que enfrente New England.

Mas o Pats tem um consolo relativo a lesões. Apesar de uma parte da torcida da equipe achar que eu tenho algo pessoal contra o time por ter escolhido o time para perder nas últimas duas semanas (o último: "patriots perder para o Bengals HAHHAAHHAHAHAHHAHA belo analista vc risos eternos", claramente mostrando que entende tudo de NFL), a verdade é que o time tem vencido mas não convencido até aqui no ano. Um dos motivos mais fáceis (e 100% verdadeiro) para explicar essas dificuldades é a falta de WRs da equipe, que perdeu Aaron Hernandez e Wes Welker e ainda viu Danny Amendola perder diversos jogos por lesão. Isso sem dúvida é real, e eu mesmo já escrevi algumas vezes sobre o assunto e como isso tem diminuído as opções ofensivas da equipe, especialmente depois que Stevan Ridley não conseguiu engrenar. Mas um outro fator oculto (e relacionado) que explica algumas das dificuldades ofensivas do Patriots é o seguinte: em toda a NFL, apenas o Jaguars tem sido pior falhando em anotar TDs dentro da red zone, com New England transformando apenas 35% das suas viagens a red zone em touchdowns (ano passado liderou a NFL com 70%). Obviamente, eu não preciso explicar porque isso é um problema: quando você caminha todo o campo até final do campo e não consegue anotar TDs, você está praticamente deixando de anotar 4 pontos a mais por campanha. E essa dificuldade do Patriots tem nome e sobrenome: Rob Gronkowski. O TE sempre foi o alvo preferido de Tom Brady dentro da red zone, um jogador com o tamanho, a velocidade e o atleticismo que faziam dele absolutamente impossível de ser marcado nessas situações. A lesão de Gronk foi sentida ano passado, por exemplo, na final de conferência contra o Ravens, quando o Pats teve duas boas posses de bola cedo (antes do jogo sair do controle) mas não conseguiu anotar TDs (se contentando com FGs) dentro da linha de 10 jardas, e continua a ser sentida essa temporada, no jogo aéreo como um todo mas especialmente dentro da red zone. Ainda que seja difícil contar com a saúde de Gronk no médio prazo, já que ele parece se machucar todo ano e está vindo de quatro cirurgias, o TE deve estar pronto para jogar já contra o Saints essa semana e sua volta vai ser uma imensa ajuda a esse time de New England. Então se eles terão que se virar sem Wilfork pelo ano inteiro e sua defesa vai sentir - como já sentiu - as consequências, pelo menos Gronk está voltando para compensar do outro lado do campo.

4 comentários:

  1. Eu vi esse jogo do Cowboys e Broncos, foi o melhor jogo do Romo que eu vi e acho ele um bom jogador, provavelmente seria titular em mais da metade dos times da liga.O problema é que foi um lance infeliz no fim do jogo quando o placar estava empatado. Não tirando o mérito dele de manter o time vivo, mas é esses lances que marcam a historia de um jogador, ainda mais um QB.

    Para um jogador não drafitado, eu acho que mesmo se as criticas fossem bem fundamentadas, o cowboys estaria no lucro com ele. Em partes eu concordo com as criticas, ele é bom, melhor que muitos titulares na liga.Porem ele realmente faz besteiras na hora em que fica mais visivel, em jogos que valiam a classificação pros playoffs ou em fim de jogos importantes.

    Com todo o respeito aos bom torcedores do Pats, mas a torcida do Pats brasileira é um pé no saco.Se vc não achar que o Paitriots é o melhor time de todos os tempos todo santo ano já vai ter torcedor insatisfeito.
    O paitriots no papel é um time muito bom, com wilfork e talib ancorando a defesa, junto com um ataque de brady, gronkowski, amendola e Ridley.
    É um nucleo muito bom, mas com o Gronkowski e o amendola sendo injury prones, wilfork fora da temporada e ridley não funcionando, é de esperar que achem o Pats ruim.

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    1. Uma vez já falei (em parte de briancadeira) de fazer um Power Rankings com as torcidas mais chatas do Brasil. Patriots seria a primeira disparado, Giants em segundo, Ravens em terceiro para fechar o Top3. Só não da pra fazer porque tem time que nunca interagi com torcedores (Jags, alguem?) hehe.

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  2. Tenho duas solicitações:
    1. Por favor Vitor, se for possível eu gostaria de ler um post com a sua opinião sobre por quê raios o Steelers tá tão, mas tão ruim desse jeito. Já esperava eles ruins, mas no papel não deveriam ser um desastre completo.
    2. Vamos lançar a campanha "Protejam Andy Luck!". Todos que tem um senso de felicidade em ver um ótimo QB jogando deveriam acampar diante do estádio em Indianápolis e exigir uma OL que preste pra não destruírem o garoto antes de ele jogar um SB pelo menos.

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    1. 1) Deve acontecer nas próximas semanas, embora esteja esperando uma brecha mais interessante no assunto. As vezes o time é ruim sem nenhum motivo interessante por trás, e no caso do Steelers é principalmente uma série de más atuações com algum azar por trás. O time não é tão ruim assim, mas não vejo uma solução simples.
      2) Já mandei meu currículo e fiz campanha para o Colts trocar pelo Gross (LT do Panthers)! Luck apanha demais para um QB que não corre, fala sério... Apoio totalmente a campanha!

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